30.11.04

Querer...

[Como disse, não vai ter nenhuma seqüência lógica aqui ( o que é isso???)... Um personagem em tempos sobrepostos, seja no passado, no futuro, no atual ou na imaginação...]

Querer comprar um casaco. Não preciso de um. Mas imagino um frio nunca dantes vivido. E um belo sobretudo preto. Daqueles de filme. Numa noite de névoa, luvas e gorros. Do tipo que nenhum carioca ousaria a sair de casa...

Mas meu personagem não tem cidade. Nem país. E, no momento, não está num sonho tropical...

Bolsos pra carteira. Os dólares... não sei, travellers check talvez... Dinheiro, vai.... Para bebida. Uma bebida diferente. Ou talvez uma bebida conhecida numa situação diferente... De muito frio!!!

Música. Pessoas "arrumadas". Eu não sei se foi uma boa idéia pensar em dólares (nem em pessoas "arrumadas"...risos...). Se é sonho, pode até ser em moeda "real"... Também não estou sendo politicamente correta de novo; agora foi bebida! Enfim...

24.11.04

A paixão

"A paixão é um estado bioquímico do cérebro; interessante! Deve ser estudado. A pessoa não come, nem fuma, não dorme, fica vivendo de vento... E de paixão. Todos os neurotransmissores estão sendo liberados, e não precisa de estímulo nenhum, somente o passional".

Miguel de Oliveira

23.11.04

Um personagem em êxtase

Um personagem em êxtase. Quem não deseja concretizar um desejo, “esticar” um sonho? A realidade pode estar na esquina das frustrações, na ausência, ou na negação de oportunidades.

Mas também pode ser fuga da realidade, no sentido de devaneio, entrega. Identificação em palavras; depois, sem elas, só olhares, respirações, desejos, num mundo de sonhos em dupla...

Dúbios também... Um personagem confuso em diferentes pessoas. Corpos temerosos. Mentes adoecidas de cotidiano, de normalidade. Todos os receios e cautelas. Ama mais e teme sofrer mais.

Mas tem de se prolongar aquele estado da alma, de sorrisos, de saudade, de uma espontaneidade que a vida acusa. Cobra... O preço de cada escolha, cada instante que se vai, sem acontecer, sem brilhar, ou sem poder continuar...

E de onde o personagem pode saber escolher? Como ajudar a decidir se não há respostas? E não pode existir, se não acontecer...

E quem quer respostas??? Um personagem em êxtase. No inusitado, que parece ser sempre um caminho... Perfumes, promessas e pessoas únicas!!!

17.11.04

Fazendo as pazes com o passado...

Um personagem fazendo as pazes com o passado. Um turbilhão, como se tudo estivesse congelado no tempo e, de repente, derretesse em lembranças...

Tudo tão óbvio e claro como o despertar de cada dia... Uma estranha sensação de encarar o passado e, não se pode dizer “admitir”, mas descobrir uma vez mais que o amor não é suficiente às vezes.

E aí fica aquele todo, tão grandioso, sem objetivo. Todas as arestas sem formas, todos os planos sem dono, todas as dores...

Num segundo, a dor e o êxtase cruzam um coração temeroso de passado... E de futuro...

Um futuro tão temido. Tão próximo...Mas que o personagem precisa enfrentar.. Talvez emblemático. Rito de passagem. Quem vai saber?

Talvez um compromisso com a própria existência. Uma vontade de chorar tão louca sem nem saber o quê... Como uma pergunta eterna sem resposta...

E uma ausência sem dono, dolorida, quase inerte, embora exposta... Sem se ver, sem se deixar notar... Um porém tão recluso, uma fraqueza tão tímida, como nenhum personagem iria querer admitir...

E uma força tão grande, num passado tão mentido, misturado, confundido, quase sem noção de realidade... Que realidade? Só resta sorrir, dentre lágrimas, num piscar de olhos, que a intensidade faz viver...

O passado e a compreensão... Seja em que visão, cultura, em que mundo... Só amor. E dor. Talvez pulos... Acho que o personagem pode escrever, escrever, mas precisa dormir...

Apagar o medo e sufocar as dúvidas da não-resposta que parece surgir forte e importante, não importa todo o tempo e a vida transcorridos...

Sim, o personagem lembra. E sem fazer força. Sem querer lembrar... Que fazer???

9.11.04

Olhos como o céu...

Estes olhos poderão ser como o céu. Uma imensidão. O desconhecido. O maravilhoso. A casa do arco-íris. O repouso do sol. O nascer e morrer de esperanças!

Existirão tempestades. Raios de luz e trovões terremotos. Mas os olhos serão como faróis para os caminhos perdidos do coração.

Será como um anjo da guarda para os bons desejos. A reflexão para o impulsivo. E a atitude para o inerte.

Talvez este personagem seja muito meu. Mas ele quer o bem. O meu. O seu. E estou me esforçando para não apresentar toda a sua imensidão apenas no meu interesse pessoal...

Estamos aqui. Eu e ele. Chupando os dedos, imagino, como criança mimada por si mesma, o que fazer? Este sonho me faz continuar, arder, planejar, imaginar...

4.11.04

A mão no cabelo...

A mão no cabelo. Tirar do rosto e abrir caminhos... Um suspiro de renovação. Coceira e inquietamento. Como um relógio pulsando para viver, batendo sinal. É hora. Agora.

Meu personagem é livre. Vai e vem. Na verdade, procura caminhos. Reflete sonhos. Refrata incertezas. Não sabe bem o que quer e, por isso, pode ser qualquer um de nós. Passa os dias tentando acertar. Sequer consegue escolher... Vai arrastado até explodir em algo que se possa reconhecer...

Sim. Ele terá olhos azuis. Este é o meu sonho no momento e não há como fugir do sonho. Não comigo. Não com ele. Já estou me confundindo...

Ele terá os olhos do desejo. A paciência da observação. O riso silencioso como companhia. Será estrada. Será promessa. Não vai cobrar, nem vai aceitar cobrança. Será livre. Será belo. Será único. E vai atrás dos sonhos sem olhar o instante anterior.

Meu personagem seguirá iluminando certezas dentre poças e mais poças de acomodação. Mesmo quando não existir, trará uma memória viva, sedutora, o convite para estrada do construir. Ou destruir atalhos sem objetivos...