11.2.06

Honey, Are You Straight Or Are You Blind?

Honey, Are You Straight Or Are You Blind?
Elvis Costello
Composição: Indisponível

Who do you see when you turn your eyes down?
Who do you see when I’m not seeing you?
The news is out all over town and all these girls
Are taking turns at being you

Chorus: Well, well, well
You’d better make up your mind
Honey, are you straight or are you blind?

She’s coming in between us you know that she is
I’m not holding on to her but one of us is
My hands are in my pocket, my face is in a book
She could walk ‘round naked and I wouldn’t sneak a look

Chorus

Honey are you straight or are you blind?

She walked in and your eyes flew out the door
You squeezed my hand ‘til the circulation ceases
She’s just a doll like so many more
She’s the kind of doll that you’d like to pull to pieces

Chorus

Well, well, well
You’d better make up your mind
Honey are you straight or are you blind?

6.2.06

É só um carro? É energia de viver...

Sonho de consumo no imaginário popular. Mas é só um carro. Um abrigo, aconchegante, onde este humilde personagem pôde ir e vir

É só um carro, mas foi um símbolo pessoal de perseverança, de sempre fazer o que diz, sustentar a palavra, ainda que antiga: "eu vou comprar o meu carro, novo, quando eu quiser".

E assim foi. Comprar o carro, podendo escolher. Pagamento à vista, regateando preço. Depois foi a diversão de preencher o carro. Aquele curto espaço que transforma só um carro em algo pessoal. O insulfilme que o personagem julgava necessário. O rádio, com cd, parceiro de engarrafamentos, primeira voz na cantoria dos dias bem-humorados. Até a caixa de cerveja guardada na mala, junto à canga de praia, chinelos e, muitas, muitas vezes, malas e malas de muitas viagens.

É só um carro. É só o objeto. Mas a lembrança arde. A primeira viagem, de um carro com apenas 20 km no marcador. Do nada, um carro novo passando em corredeira de uma Trindade cheia de gente, em pleno feriado. Os farnéis dentro do carro, em longas viagens. Biscoitos Globo no engarrafamento.

Carro como abrigo para namoro em final de festa. E, nesse dia, quase foi uma porta. Um ex que já não existe mais; o carro ainda existia com a marquinha na porta...

Uma viagem onde ficou o rádio. Um "Incrível Hulck", de nome, mais conhecido por LOE, todo embaçado do frio de Astolfo Dutra. De manhã, já sem sapato, sem descanso, sem tristeza, era a estrada para o Rio, onde o rádio e a saudade iriam se perdendo. Destes tempos que se vão sem nunca irem da memória....

Um carro quase saltando o marco da vaga porque quem dirigiu deixou engatada a marcha e não avisou...Um carro quase roubado numa rua principal de um famoso bairro no Rio de Janeiro. Um passarinho desgovernado batendo no vidro do carro, na estrada. Um beijo roubado, mutuamente, na carona de um amor antigo, que é sempre amor.

Outra viagem, chuva, engarrafamento, 140 km/h, época sem radar... Muita fofoca de "lulus em trânsito"... A foto em plena curva perigosa, que, de piada, personagens brincavam que quase tinha sido a própria foto do acidente...

Um frio do cão. Outra viagem. Fim do festival de música e de alegrias. Chave do portão quebrada na mão. Carro paradinho em frente à casa. E fechado... Porque a chave do carro estava do lado de dentro da casa, junto ao celular...

Um carro emprestado para levar os presentes de casamento de um amigo, em Paraty. O mesmo carro, buscado, na ânsia de realizar um amor que, até então, nada tinha a ver com o carro. O mesmo carro que levou embora este amor, algumas vezes, com a saudade e todas as ânsias amarradas, bem apertadas, no coração.

Mr Loe no aeroporto, uma vez mais, buscando amigos chegando de viagem. Um outro personagem caçoa o dono do carro: "por que ir buscar amigos no aeroporto com a mala cheia?". O personagem tinha esquecido, mas o carro era espaçoso, o espaço da boa vontade... Os amigos internacionais, alheios ao diálogo, perguntam: "Oh, italian car???".

Incrível Hulck numa outra viagem. Cadê documento às 10:00 horas da noite? O outro carro no conserto, Hulck salvando o feriado de alguns personagens.

Alguém segurando a mão deste saudosista personagem. O carinho na perna. O braço no ombro, motorista no banco do carona. Cabelos ao vento. Jeitinho no cinto de segurança. Muitas caronas e manhãs de sono, indo trabalhar.

É só um carro que agora se vai... O personagem sacode as lembranças e respira fundo. Abre espaço, coração, que o personagem está pegando carona na vida e aí virão muitas, muitas alegrias, que o nosso amor não é roubado. É emprestado, vivido, queimado, renegado, mas, como a energia, não se perde...

3.2.06

Máquina do Tempo

Máquina do tempo: 3 x 2 cm. Desenho fosco, azul. Branco também. Cheiro de borracha...

Fechar os olhos...

Escola. Crianças. Distribuição de materiais. Professores conversando.

Cheirinho de almoço. Cortando batatas, "ajudando" "tias" na cozinha.

Distribuição de brindes. Babaloos. Vozes. Pessoas pelos corredores.

Brincadeira no pátio. Fuga para atazanar o cachorro da moça da cantina. E o giz de côco?

"Nossa, essa é a irmã mais nova..."

Correr. Correr. Correr. Pular. Bagunça. Barulho.

"Posso brincar, posso brincar?"

Ir ao cinema. Sozinhas... Do outro lado da praça...

ET no cinema. Alguém lendo para a pequenina.

Frases soltas. Momentos e momentos.

"Ei , já fez o dever da escola?"

A máquina do tempo é uma simples borracha de apagar... simples como a vida de uma criança...