28.8.06

Não existe a última lágrima

Sentado na sala. O teto é bem alto, mas não está frio. O corpo está cansado. Confiro o extrato do banco. Um filme estranho passa na televisão. As vozes em inglês aindam ecoam na minha mente de um dia inteiro ouvindo outro idioma no trabalho.

A viagem no fim de semana foi cancelada porque tenho de trabalhar. Entao, sabado à noite tem jantar na casa de nossas amigas. Domingo, festa do pessoal do trabalho. Chris não reclamou do cancelamento da viagem. Ela agora dorme deitada sobre minhas pernas que, embora esticadas, começam a ficar dormentes. Com uma das mãos, acaricio seus cabelos lisos e castanhos. Na outra mão, brinco com um copo de vinho. Uma estranha sensação de lar invade minha alma.

Ouço os cachorros latindo na casa da frente. As always… Os carros passam e também posso ouvi-los. Pela janela, posso ver a lua no céu. Linda. Que paz de espírito!!! Meu pensamento voa longe, mais distante que a luz, profundo no coração, para um conturbado passado.

Chris remexe, abre os olhos e olha para mim. "Are you crying?", pergunta ela, enquanto passa o dedo delicadamente pelo meu rosto e recolhe a lágrima, que ia escorrer do canto do olho direito. Seus lindos olhos azuis me encaram, doces. "I am only tired, Baby. Sleep.", respondo. Ela nem pensa e volta a dormir, sonâmbula. Quase um anjo.