19.1.10

E foi um adeus, também não respondido...

Meu oásis, meu aconchego de memória. Mergulho fundo no paraíso dos seus olhos verdes. É sempre um transe, um convite à loucura, ao carinho, um magnetismo que me faz grudada em você.

Fecho os olhos e quase viajo no tempo de sua voz, ao meu ouvido, seu corpo tão junto, tão tão... Suspiro e é só calmaria de torpor, agitação de desejo, de saudade...

Sonho com seus dedos de colorir a percorrer meu corpo em cores de prazer, de intimidade, de pertencimento. Quase sinto, sua pele grudada a minha, no suor de desejo, de paixão, de loucura, de entrega.

Eu fecho os olhos; aperto, com força. Sinto o peso do seu corpo. Sinto a leveza de prazer. Eu sinto um só momento de união, no silêncio, no gozo, no encontro de olhares que conversam, que atravesssam medos, que ignoram qualquer passado. É o presente de alegria e conjunção; mais do que carnal.

São só flashes de espontaneidade. Uma dança de corpos e de loucura. E vinho, copo na mão, um ser largado no conforto de viver um outro alguém. Esparramado na casa coração que é finalmente sua. E é pose de desejo, é risada de um agora tão mágico, tão etílico em embriaguez sentimental.

Abandonado, seu corpo, na minha cama, minha casa, meu coração... na minha vida, fique, e se perca em mim... Comigo. Meu aconchego de memória, tudo em você é prazer, é carinho, é amor.

11.1.10

Que o nosso amor para sempre viva....

Às vezes, a espera por algo é tão longa que os personagens se perdem pelo caminho. Já não sabem o que querem, já não sabem para onde vão, já não reconhecem, no outro, o sonho, as faíscas de paixão. Já não enxergam aquela mágica que faz do erro o acerto. É quando, talvez, o sentimento se torne verdadeiro.

Não há máscaras, não há idealismo, não há o sonho pueril, irreal. Só uma dúvida. Dúvida de gente grande. Se confia, se vale a pena, se o outro, com todos os defeitos, preenche os requisitos básicos de caráter e respeito mútuo. Se o outro te vê além; além dos olhos da relação, vê a pessoa, digna de respeito, como todos nós somos, com todos os outros defeitos.

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Gostar, gostar muito de alguém. Gostar da pessoa. Rir junto a ela. Ter, no olhar, no toque, o carinho. Chegar a parecer um cachorro recebendo carinho; porque, como na música do Cazuza, amar é “abanar o rabo”.

Gostar tanto de alguém que o arrepio é constante. No toque, um eterno abandono. São só carinhos; nosso amor, nosso prazer.

Gostar tanto de alguém ao ponto de esquecer o mundo, a velocidade, a agitação. E ficar assim, deitado, juntinho. Muito amor, filme, sempre agarradinho, até dormir nos braços de alguém.

Gostar tanto de alguém e ficar assim, em estado de pasmaceira, vendo alguém dançar, em embriaguez de felicidade. Dá para se ver, congelado, olhinhos brilhando. Seguindo e dançando o olhar junto ao movimento do corpo de uma alma querida.

Gostar tanto de alguém que adivinha o pensamento. Que diz a mesma coisa no segundo posterior ao pensamento do outro e vice-versa. Que a risada vem sem palavras, em uma sintonia inexplicável.

Gostar tanto de alguém que a estranheza e a diferença morrem diante da presença, mesmo diante do que não é dito.

Gostar tanto de alguém que já não se sabe mais quem você mesmo é, ou quer ser, para que isso seja eterno, para prender essa sensação que flutua de felicidade e espontaneidade.

É só olhar para o agora anterior e tentar pescar o sorriso, a gargalhada em uma cumplicidade inimaginável...

"Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será... Palavras apenas...
Palavras pequenas...
Palavras"

4.1.10

O amor....essa estranha abstração...

(...) farei o possível para não amar demais as pessoas, sobretudo por causa das pessoas. Às vezes o amor que se dá pesa, quase como uma responsabilidade na pessoa que o recebe. Eu tenho essa tendência geral para exagerar, e resolvi tentar não exigir dos outros senão o mínimo. É uma forma de paz...

Clarice Lispector

"A mocidade é o que os italianos chamam de um nome tão bonito: la stamina. A seiva, o fogo, que permite amar e criar. Quando se perde isso, perde-se tudo".

Simone de Beauvoir