29.8.10

Alors...

Mudei de ideia e quero falar sobre a esperança de ver o novo no mesmo lugar. Sobre a possibilidade de mudar uma história e guardar uma lembrança mais amena. Sobre todos os outros lados que existem, mas, por vezes, não vemos, viciados no mesmo bom ou no mesmo ruim.

Eu quero falar sobre o sol sumindo no céu, sob uma luz em diferentes tons, fazendo sobressair frondosa árvore, logo ali, em frente à varanda de um novo lar.

Quero rir das histórias de um passado recente e ficar feliz, ao ouvir que parece que o personagem nunca se foi, sempre esteve por ali. Cheio de memórias e gargalhadas.

Quero fazer planos e encarar os novos desafios com aquela ansiedade que move alguns personagens como eu.

Quero continuar bailando na minha indecisão, tendo a felicidade como companheira em minha distração.

Eu quero usar a energia em projetos produtivos; aprender, aprender, aprender. A necessidade volta em carga total.

A saudade fica debaixo do braço, como parte do corpo. Aí, o personagem puxa da memória o céu, lindo, como sempre. A música na praça. As mãozinhas de bebê e a inocência. A cerveja gelada no pé sujo, impregnada de amistosos papos inesquecíveis. E todas as metáforas de felicidade congeladas no passado, no futuro por vir e no presente a ser redescoberto.

Alors...

20.8.10

Canção do desperdício

"Rosa de amor em filigrana de ouro
na poeira das gavetas onde sopra
tua voz talvez, quando me chamas.

Rosa de uma raiz que não ousamos,
mais real que as aparências deste mundo
onde sofremos viver separados.

Não vale o peso do metal, nem a feitura:
vale a sensualidade destas almas loucas,
vale a vida que passou, soberba,
e não nos lança um olhar sequer".

Lya Luft

5.8.10

De novo, o amor....

"Como o amor muda? A resposta é como nós mudamos por amor. Continuamente. Interminavelmente".

Do filme The Dive From Clausen's Pier, não tão bom assim, mas com reflexões interessantes.....

2.8.10

O Leitor

Vocês já viram esse filme? Acho o filme um espetáculo e, francamente, gostaria de ver novamente após visitar a Alemanha. Acho engraçado que tenho amigos que sempre lembram os nomes dos atores, dos diretores, sabem a nacionalidade e outros filmes que eles fizeram. Eu, se gosto, conheço o diretor. Mas eu sempre lembro de cenas, inteiras ou pedaços, que ficam perdidas na memória, guardadas sabe lá por que nó do cérebro.

Eu lembro particularmente de uma cena desse filme. O personagem principal, vivido brilhantemente pelo famoso ator Ralph Fiennes, conversa com uma outra personagem que comenta algo do tipo: "Será que essa mulher sabe o que fez com a sua vida?". Se vocês pararem para pensar, vão encontrar pessoas assim nas suas vidas. Que mudaram seu destino, sua rota. Que fizeram vocês descobrirem novos ideais. Ou perderem os que tinham. E que mudaram, para sempre, partes de vocês. Memórias marcadas por sorrisos e lágrimas. Pessoas assim são tatuagens vivas. Sempre capazes de marcar, machucando ou embelezando, até mesmo na ausência...

1.8.10

No aniversário, uma paródia....

Por Você
Eu dancei escondida em Sampa
Eu limpei
Os trilhos desconexos da memória
Eu fui de carro
Do Rio a Paraty
Eu aceitei
A vida como ela é
Viajei a prazo
Pro inferno
Eu tomei banho gelado
Longe de você
Por Você!
Eu deixei de beber
Ou bebi caipirinha
Por Você!
Eu viajei para o outro lado do mundo
Eu trabalhei na cidade sem alma
Prá virar burguês...
Eu mudei
Até o meu nome
Eu vivi
Em greve de amor
Desejando sempre todos os dias
A mesma pessoa....

Quando o passado bate à porta, cheio de fotografias, poemas e cartas, é fácil entender como alguém muda completamente a vida de outro alguém. Ao mesmo tempo que dá forças para continuar e realizar muitos sonhos, também faz sonhar com coisas antes impensadas, e que nunca mais fazem sentido sem o outro alguém. O que é pior? Perder o que nunca se teve mas que, portanto, não se sabe, ou perder aquilo que só se rascunhou como uma perfeita imperfeição? É possível entender e, ao mesmo tempo, não perdoar a ausência de alguém, até mesmo em uma amizade.É difícil encarar o passado você, a perda de um lado sério em outro alguém, um lado responsável, um lado respeitoso, um lado desperto para o amor. Está aí a confusão.

"Não penso em tudo que já fiz
E não esqueço de quem um dia amei
Desprezo os dias cinzentos
Eu aproveito pra sonhar enquanto é tempo"...