22.1.12

Eterna babel


Não olho e sinto
Magnetismo de todo azul
Verdadeiro mar distante

Chá sem açúcar
Só para reviver o novo
Calor embaça copo ( e alma)

Voltam olhos de gato
Escaldado, virado, escondido
Sob lentes, duas águas-marinhas fogem

Diamante essa paixão
Profanado entre outras
Riscado, inválido, desperdiçado

Chá, meu céu. Você sem mel
Caipirinha incolor, sem amor
Infusões. Confusões. Dissoluções.

Feliz 2012 para nós dois!!!

17.1.12

Episódio 51


A simplicidade etílica, e palavras se repetem
Como a chuva lá fora, mais um corpo estirado à cama
Outro copo, outro sabor, outro gozo
No nova noite que se envaidece
Roupas pelo chão, juízo embriagado
Sem palco, sem dança, sem preliminar
Pulando dias em crepúsculo singular
Que de tão mistura, parece sonhado
Lingerie, grudada ao corpo
Espelho, suor e frio sem palavras
Escova de dente. Água. Tropeços sem chave
Vem aqui, meu amor, de novo, só "maldade"
Copos e guimbas; é lixo deflagrado
De repente, resquícios encontrados
E a mente é só estrago
Sonho e pecado, tudo entrelaçado
Com o perdão da rima sem sentido
Da poesia cheia de libido
De um sábado encantado...

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Eu boto de novo a sua pinta
E você chega cheio de pinta
E pinta o sete de outra tinta
Quando pinta o desejo, não chega...

11.1.12

Insônia: o despertar


É como o psicografar de espíritos mentais. Os fantasmas de amores vividos, sofridos e frustrados. Todos os diálogos possíveis. Os ângulos alternativos de cada cena vivida. As feições, as miradas e as vicissitudes. Todas as vidas em uma; inerte, agitada e paradoxal; ilha noctâmbula cheia de possibilidades. Tal qual uma infinita paisagem de amores; de cores. Caminhos. À noite, somos os mesmos destinos em um só corpo sobressaltado, livre de escolhas, tormento em oportunidades. Não é espelho, é prisma. No reflexo de todas as cores, divididas no branco total. Assim...assim...misturado: como quem confunde futuro, passado e imaginado.

OBS: Muitas portas abertas são portas fechadas...

8.1.12

Alergia à inércia arrogante

Sensação de impotência na vida adulta. O que você não pode (?) mudar. Logo ali mendigando na esquina. Quem não conversa com você. E todos aqueles que não veem o quão desimportantes são essas preocupações humanas. O sorriso que você dá sem resposta. O bom dia solitário, sem sentido. E o deboche sofrido de quem despreza humanidade...

Observação sem sentido: o medo não é de morrer, mas de não viver.

3.1.12

Ressaca de 2011

Carta a você que não existe
E me deixou assim tão triste
Por sua incapacidade de amar

A um desconhecido, chance de conversar
Pouco mais que palavras no olhar
Sem silêncios, tremores e dissabores

Você, você, não iria brigar
Sabe a dor que carrega o ignorar
Tão difícil esse timing de lidar
É que, no outro, reconhecemos o amar

Carta a você, mundo de ilusões
Carrossel de risadas que não vejo
Se ama, respeita o sentimento alheio
Seja o que houver dentro do peito



Quem ama assim fingido
Não sabe a hora da entrega
E carrega angústia dissumulada...

Quem não ama, não sente
Não respeita a dor recíproca
De respirar as mesmas palavras


Carta a você que não existe
E me deixou assim sem memória
História, prazer e gozo não peculiar
No redemoinho onírico em riste

Nos meus sonhos, a sua força
De timidez, melancolia;
Extraordinária, singular e mágica
Mas você não quis existir para mim...


"Se eu ainda soubesse como mudar o mundo, se eu ainda pudesse saber um pouco de tudo, eu voltaria atrás do tempo... eu não te deixaria presa no passado e arrumaria um jeito pra você estar ao meu lado..."
Nosso Mundo, do Barão Vermelho