A névoa subindo. Sumiço no ar. A ilusão que cultivamos. Como cinzas se espalhando na água. Descendo a um fundo qualquer...
‘Chuvas’ na parede. Sinais do tempo. Listras e listras. Formas de cinza. Como lágrimas marcadas.
Um céu que se recria nas nuvens intermitentes. Desenhos criativos que seguem sonhos e imaginação. A luz que se apaga. E que se acende. Sob o vidro estampado de casual intempérie.
Até a brasa se apagando. Queimando a não- consciência de um instante.
Uma forma geométrica qualquer. Distâncias entre pontos da imaginação. Cultuando pedaços de utopia. No que se quer criar. Pensar.
Ramos que crescem em determinada direção. Natureza vívida e imprevisível.
A teia de aranha, magnífica, contra a luz. Um mosquito bailando em existência. Defrontando inquestionável cadeia alimentar. Aranha “patinando” como um ato teatral para alimentação e cruel sobrevivência.
Luzes ao longe que desenham castelos piscantes. Ondas vibrantes; som. Um rio “escorrendo”; um ‘mar’. Um raio. Um trafegar de carro. Trajetos de energia sonora que não se vê, não se sente e não se costuma vislumbrar. Marcas dos sentidos que nos cercam, mas não se certificam na consciência.
Sombras. Em galhos flutuando no ar. Quase como um balé natural. O espetáculo se faz. Na ignorância do entorno corporal. Na matéria, orgânica ou não. No ser, vivo ou sobrevivente. Brisas que atravessam sorrateiramente. Um sussurro incólume.
Como ondas na água. Indo e vindo no mais maravilhoso som inaudível do sonho visual. E ‘aqui fora’, neste personagem? Tantas marcas. Não importa o marco que pontuem...
Daniele Sorris
"E são tantas marcas que já fazem parte
Do que eu sou agora mas ainda sei me virar
Eu tô na Lanterna dos Afogados
Eu tô te esperando
Ve se não vai demorar..."
Lanterna dos Afogados - Paralamas do Sucesso
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