Horizonte
Sabe aquela foto que eu não coloquei no trabalho? Este amor que não posso ostentar aos quatros cantos. Este sentimento que preciso explodir, como etiqueta deste sorriso pueril; sorriso-pensamento em você.
Todos os dias eu acordo você. No despertar, vem o sorriso, o nome é repetido. Às vezes em voz alta. Às vezes num sussurro, tímido, no desespero de ter e não ter. Todo o tempo.
O café da manhã que você adoraria. Sei que você iria gostar deste livro que estou lendo. E lá está você, ‘discutindo’ o livro comigo. Sei que iria amar esta música, aumento o volume.
O restaurante que você pediria massa. Muito parmesão. Cinema? O filme cujo ator você conhece. E o diretor, o nome do filme em português, inglês, quiçá em italiano. Exagero? Este sou eu...
Uma livraria, um sebo. Milhares de nós. Novos, usados, cheios de histórias, de autores, de vidas, memórias e sonhos. Tantos sonhos, jogados em prateleiras. Jogados em letras. Vidas sorrateiras...
É você numa paisagem linda. O lago, azul, brilhando. Como seus olhos. Um pôr-do-sol para ver enrolado, misturado aos seus braços. A foto que o seu olhar poderia ter visto. Saudade que nenhuma palavra mensura.
Farras gastronômicas. Foundue de queijo. E chocolate. O vinho que te deixaria mais sorridente, livre, falando alto... vejo o sorriso na minha direção num beijo que você roubaria, sem nenhum esforço...
Outro filme. Outras frases que você diria. Você. Você. No texto da vida, somos nós. Nossos nomes. Nosso desejo. Nossas projeções. E sou eu. Sonhando acordado.
Um comentário:
Que lindo e triste. Vc leu a carta de amor que eu fiz outro dia? este texto lembra. Aba, laura
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