Entre quatro paredes. É quase como uma redoma. É jaula, é paz. Falsa paz, mas paz.
Desejo de ali permanecer no recanto da fuga. Deixando os problemas no quintal. Escondendo as dúvidas no tapete de entrada.
Enganando que é só isso. Ele e o quarto. Não há decisões. O vácuo. Manter as inconstâncias sob a escuridão da ignorância. Ainda que momentânea.
O teto parece tão simples, tão próximo. Tão. Tão. Paredes tão firmes que ali quer ficar.
Ali, são as regras dele. É o seu tempo. E o seu intervalo.
Não há impossível porque são eles. Ele, o quarto e o retorno dele.
Às vezes, olha através da janela. Vê as flores crescendo no muro: 'Hera'. Um novo tempo talvez. Talvez.
Lá fora, na realidade. Ou ali, ao seu redor. Sempre há vida.
Ou um fiapo que quase desiste e se isola para recuperar a força.
Carga mínima de energia para reabastecer certezas, redescobrir metas e planos. Reestruturar o sonho destruído.
Procurando a resposta que não existe, assimilando que não há consolo.
Pensar já traz o medo. A decepção. A frustração. Volta, então, às paredes. Ao teto. E ao seu âmago.
Amanhã, ele mergulha no abismo...
Um comentário:
Dani, qta solidão... aimeudeusdoceu, sai desta, ou é só literatura? me escreva. Abs, laura
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