2.8.12

Da série (des) encontros

Parado à esquina. Sorriso sem graça. Vai entrando no carro. Telefone ao pé do ouvido e o olhar de reconhecimento. São só palavras soltas, olhares rápidos entrecruzados, toques frêmitos, tímidos, quase instantâneos.

Cabelos jogados no rosto e aqueles olhos azuis, cujas cores encantam, de forma intermitente, com aquele, aquele olhar...

Não sei o que dizer. Mais uma vez sóbria. Vem a memória, mas as pessoas não são mais as mesmas. Nem o personagem principal, ainda que variado...

É presença. Frente a frente. Olho no olho. Mas o sorriso sai mais espontâneo, perdido no além da estrada. Erra o caminho, entretanto. A rua de todos os dias some no frenesi do momento dividido.

Casa, casa, casa. Repousar o corpo. Peles sorrateiras. O beijo esperado. É doce, é quente, é molhado.

Corpo estirado na pressa da novidade. Do outro sonhado. Na violência das paixões momentâneas. No prazer da descoberta. O personagem nem existe. É parte da fantasia de outro alguém. E se deixa levar ao prazer. De novo, de novo e de novo.

E logo acordam para realidade. Que um é maré e o outro é tempestade....

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