Cuidado demais impede os caminhos. Incerteza protege de vida, de êxtase, da liberdade de sentir. Ela pensava naquele sorriso e ficava assim, inerte, desejo congelado em memória ausente de vida.
Sem fome, sem sono, rindo pelos cantos. Olhava para a tela do computador e via a imagem refletida, mexendo nos cabelos, sorrindo a timidez que a encantava. Ui, ui, no carro, enfrentava o engarrafamento, pensando nos beijos, nos abraços, enredar-se no corpo dele, perder-se em carinhos. Ia cantarolando todas as frases de amor que explodiam dentro dela. Sorriso estampado na alma, olhar fixo; seu rosto, seu olhar, seus lábios. Fechava os olhos e simplesmente viajava. Não havia mais tempo, distância, só o instante feliz. Frases ecoavam, procurava os gostos dele só para agradá-lo, mimá-lo e enchê-lo de carinho......
Desde os mais primórdios, “o que fazer” (e o que não fazer...) deve ter assombrado a humanidade que tenta ser humana. Justa. Fiel à polissemia de atitudes em discursos existentes ou não.
Relação é fato, é lista de coisas, dependência, ligação, conhecimento, amizade, trato, envolvimento sexual... uma série de coisas. Se não há nada disso, em tese, não há relação. Mas se há sentimento sem ligação, sem dependência, sem conexão, sem lista, sem sexo, sem trato, querendo ter tudo isso junto, ao mesmo tempo, ontem??? Uma relação, talvez. Mas, para isso, são necessários, dois corpos ardentes, duas mentes sonhadoras no mesmo momento, planos para vir, sem ausência, sem silêncio, maldito carrasco de sentimentos......... Onde está você agora que não aqui, dentro de mim????
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