Que não gosta de levantar bandeiras. Que não quer se esconder em grupo de opinião. De ninguém. Que quer o direito de mudar a todo instante. Que quer que a palavra não seja uma sentença. Que o momento não seja nem ópio, nem morfina.
Que a dor veja num círculo vicioso de prazer. Que o sorriso seja aliado da tristeza, no remexer de instantes que se completam. Que as músicas toquem. Iguais. Diferentes. Mas que existam, cada uma a sua beleza.
"Because this is what I wanna do....."
Com saudade do branco que pode ser tudo. Que é paz. Que é reflexo total. Que é controle de imagem. Que é palco para sombra. Que é oposto de todo um imaginário roubado... preenchimento de céu em fofas ilusões de momento.....
Repetitivo, mas essa é a verdadeira forma de encontrar um personagem que já foi real em toda sua confusão.
Porque, em nenhum instante, esse personagem vai se trair...
"Não, não vou te trair"...
31.5.09
28.5.09
A saúde não começa em casa, mas a pressão está boa...
Ele chega ao trabalho sentindo um leve incômodo no pé direito. Logo se lembra de um copo quebrado no dia anterior que, achou, não tinha causado mais infortúnios. Como tem todo o dia pela frente e está sem cartão do plano de saúde, na hora do almoço, resolve ir, pela primeira vez,ao Posto de Atendimento do organismo de saúde, em Brasília, onde trabalha.
Chega, ainda no corredor, e pergunta onde pode ser atendido, afirmando que, talvez, tenha um caco de vidro no pé. Uma simpática senhora pede que ele se encaminhe ao atendimento, “depois da garrafa d´água”.
Ele entra, narra, novamente, a história do copo quebrado, do caco de vidro que talvez tenha ficado no pé dele etc. Uma senhora, calmamente, pergunta se tem ficha de atendimento. Responde que não. Ela pergunta se ele nunca foi atendido lá. “Só vacina”, responde ele. Ela o encaminha ao atendimento, de volta à entrada, para fazer ficha.
Lá vai ele, mancando. Balcão de atendimento: onde trabalha; qual o ramal; endereço; vínculo; qual a sigla de onde trabalha.... Responde.
É, então, encaminhado para a enfermagem, novamente. Ele senta, ela pede seu telefone, data de nascimento. Responde. Começa tirando a pressão dele; ótima. É então enviado para a médica, mais para frente no corredor. Ele chega lá!
Três trabalhadores para serem atendidos. Os dois entram, ele aguarda. A moça do atendimento pede para ele se manifestar, caso a médica termine de atender o paciente, porque ela vai almoçar. Tranquilo.
Daqui a pouco, sai o paciente e ele entra. A médica olha a ficha, recém-feita, pergunta o que ele está sentindo. Conta mais uma vez. Então, ela começa a procurar um livro “o código tem de ser preenchido corretamente”. “Vidro, né?”. “Pé direito, no dedo?”. Responde. Ela procura o tal código no livro. Ela rabisca o papel, carimba e diz que vai levá-lo para as enfermeiras porque não pode ajudar. Não olhou o pé dele.
Ele é levado de volta para a sala das enfermeiras. Elas cochicham alguma coisa, a enfermeira diz que também não pode ajudá-lo em nada, se ele não está vendo o vidro, ela também não pode ajudar: “não tenho lupa”. Médica e enfermeia discutem um pouco, amistosamente. Chegam à conclusão de que é melhor ele ir para o atendimento do plano de saúde dele, porque a emergência do plano poderá ajudar...
Enquanto elas ainda discutem, meia hora depois, ele agradece e diz que vai realmente procurar o plano de saúde. Ninguém olhou o pé dele. E ele achou melhor nem pedir, afinal, “elas não podiam ajudar mesmo”. Mas a pressão dele está boa!
Chega, ainda no corredor, e pergunta onde pode ser atendido, afirmando que, talvez, tenha um caco de vidro no pé. Uma simpática senhora pede que ele se encaminhe ao atendimento, “depois da garrafa d´água”.
Ele entra, narra, novamente, a história do copo quebrado, do caco de vidro que talvez tenha ficado no pé dele etc. Uma senhora, calmamente, pergunta se tem ficha de atendimento. Responde que não. Ela pergunta se ele nunca foi atendido lá. “Só vacina”, responde ele. Ela o encaminha ao atendimento, de volta à entrada, para fazer ficha.
Lá vai ele, mancando. Balcão de atendimento: onde trabalha; qual o ramal; endereço; vínculo; qual a sigla de onde trabalha.... Responde.
É, então, encaminhado para a enfermagem, novamente. Ele senta, ela pede seu telefone, data de nascimento. Responde. Começa tirando a pressão dele; ótima. É então enviado para a médica, mais para frente no corredor. Ele chega lá!
Três trabalhadores para serem atendidos. Os dois entram, ele aguarda. A moça do atendimento pede para ele se manifestar, caso a médica termine de atender o paciente, porque ela vai almoçar. Tranquilo.
Daqui a pouco, sai o paciente e ele entra. A médica olha a ficha, recém-feita, pergunta o que ele está sentindo. Conta mais uma vez. Então, ela começa a procurar um livro “o código tem de ser preenchido corretamente”. “Vidro, né?”. “Pé direito, no dedo?”. Responde. Ela procura o tal código no livro. Ela rabisca o papel, carimba e diz que vai levá-lo para as enfermeiras porque não pode ajudar. Não olhou o pé dele.
Ele é levado de volta para a sala das enfermeiras. Elas cochicham alguma coisa, a enfermeira diz que também não pode ajudá-lo em nada, se ele não está vendo o vidro, ela também não pode ajudar: “não tenho lupa”. Médica e enfermeia discutem um pouco, amistosamente. Chegam à conclusão de que é melhor ele ir para o atendimento do plano de saúde dele, porque a emergência do plano poderá ajudar...
Enquanto elas ainda discutem, meia hora depois, ele agradece e diz que vai realmente procurar o plano de saúde. Ninguém olhou o pé dele. E ele achou melhor nem pedir, afinal, “elas não podiam ajudar mesmo”. Mas a pressão dele está boa!
19.5.09
Estranha ânsia...
Estranha ânsia do ser humano de amar e ser amado.
Tão difícil o compromisso com o gozo, porque ele passa e o exercício do momento seguinte é desafiador.
Personagem que quer correr além dos radares, que quer ser pessoal, quer ser espontâneo, mesmo remando contra a maré.
Para que flores se ali os falsos escondem os espinhos?
Melhor dores que exorcizam o sofrimento de não ser no segundo exato de si mesmo.
Estranha ânsia do ser humano de compreender.
De ver com o próprio olhar.
Quando ver um lado nada mais é do que cegueira para imensidão......
Personagem que cansa de ver, somente, o(s) outro(s) lados(s).
Não quer ver o lado, cansado, de quem vê o referido passado.
Os que mentem. Que sugam energia. Que parasitam a espontaneidade da vida.
Quer ver o náufrago eu, de tanta lamúria, tanta injúria.
Hipocrisia sem rima.....
Estranha subsistência de ver tudo...
Mas respirar acima da maré de suposições....
De respeitar o cansaço do repetido perdão.
Estranha ânsia de um personagem de se amar.
Mesmo amando ao mundo....
Tão difícil o compromisso com o gozo, porque ele passa e o exercício do momento seguinte é desafiador.
Personagem que quer correr além dos radares, que quer ser pessoal, quer ser espontâneo, mesmo remando contra a maré.
Para que flores se ali os falsos escondem os espinhos?
Melhor dores que exorcizam o sofrimento de não ser no segundo exato de si mesmo.
Estranha ânsia do ser humano de compreender.
De ver com o próprio olhar.
Quando ver um lado nada mais é do que cegueira para imensidão......
Personagem que cansa de ver, somente, o(s) outro(s) lados(s).
Não quer ver o lado, cansado, de quem vê o referido passado.
Os que mentem. Que sugam energia. Que parasitam a espontaneidade da vida.
Quer ver o náufrago eu, de tanta lamúria, tanta injúria.
Hipocrisia sem rima.....
Estranha subsistência de ver tudo...
Mas respirar acima da maré de suposições....
De respeitar o cansaço do repetido perdão.
Estranha ânsia de um personagem de se amar.
Mesmo amando ao mundo....
14.5.09
Perfeito
Solta as amarras para o deslize de dedos nervosos.
Ideias repetidas, frenéticas.
Solta o sonho que é tão bom.
Por vezes, já melhor que a promessa.....
Solta as amarras para o sentimento que vibra...
Paixão que estoura meses de inércia...
Amor próprio que diz enough......
Lá se foi você, meu carrasco, meu capacho.
É o meu perdão.
Dos outros olhos, vem a minha força.
É a possibilidade de descontrole.
É o medo da loucura.
É o gozo no olhar, no toque, no cheiro de loucura iminente.
A todo instante.
E eu nem preciso dizer.
Não quero. Não sei.
Não penso, logo vivo.....
E ardo nesse seu sorriso.
Perfeito.
Ideias repetidas, frenéticas.
Solta o sonho que é tão bom.
Por vezes, já melhor que a promessa.....
Solta as amarras para o sentimento que vibra...
Paixão que estoura meses de inércia...
Amor próprio que diz enough......
Lá se foi você, meu carrasco, meu capacho.
É o meu perdão.
Dos outros olhos, vem a minha força.
É a possibilidade de descontrole.
É o medo da loucura.
É o gozo no olhar, no toque, no cheiro de loucura iminente.
A todo instante.
E eu nem preciso dizer.
Não quero. Não sei.
Não penso, logo vivo.....
E ardo nesse seu sorriso.
Perfeito.
9.5.09
Bilhetinho sem cor...
Deixei um bilhetinho.
A mais linda caligrafia.
Você existe, meu bem?
Todo quadradrinho o papel sem jeito.
Esmeiro na letra do tímido personagem.
Sem palavras para dizer o coração.
Sem coragem para escrever; amor.
Deixei um bilhetinho.
Vazio, sem cor.
Você exige, para o meu bem, meu maior amor?
Volto, mas não me engane.
Adresse meu perdido ao seu labor.
A mais linda caligrafia.
Você existe, meu bem?
Todo quadradrinho o papel sem jeito.
Esmeiro na letra do tímido personagem.
Sem palavras para dizer o coração.
Sem coragem para escrever; amor.
Deixei um bilhetinho.
Vazio, sem cor.
Você exige, para o meu bem, meu maior amor?
Volto, mas não me engane.
Adresse meu perdido ao seu labor.
4.5.09
Cinza: bondade além...
Um personagem que volta a enxergar a bondade humana em pequenos gestos sem interesse. Um personagem que volta a achar lindo o "boa noite" da moça que trabalha - é explorada - onze horas por dia em um posto de gasolina, ainda ouvindo piadas machistas....
Bondade que puxa memória e lembra que, todos os dias, todos os personagens têm a chance de olhar o sol invadir, com vida, cada ser, "energia D" na pele, no suor do equilíbrio da vida, de cada gesto que faz alguém parar e lembrar que os segundos não são momentos consecutivos sem sentido algum......
Não que haja um sentido só. Uma verdade específica. Mas há um todo além do vazio da cegueira rancorosa, magoada, frustada e infeliz..... Too much para uma frase só. Para um louco e renascido personagem.
Como uma tela de tv. Desligada. Refletindo tudo que se pode fazer no além quatro paredes. E eu falo de orgasmos espirituais, eu falo de todas as possibilidades que o sonho oferece e de todas as chances de buscar....o que quer que seja.....
Um personagem que assiste a este espetáculo. Todos os dias. Em cada "bom dia", realmente amistoso, da vendedora de rua.
Personagem que quer ser prisma e voltar a exalar possibilidades por todas as direções. Personagem que quer arrancar de si o discurso monossêmico e dominador, sombra de passado arrastado em países, relações e memória.
Personagem que sabe que a sombra nem sempre é ruim, mas que é cópia inversa, mentirosa, em seu reflexo que aparece de forma intermitente, enganando os meandros da luz....Because the word is shade, not shadow......
Bondade que puxa memória e lembra que, todos os dias, todos os personagens têm a chance de olhar o sol invadir, com vida, cada ser, "energia D" na pele, no suor do equilíbrio da vida, de cada gesto que faz alguém parar e lembrar que os segundos não são momentos consecutivos sem sentido algum......
Não que haja um sentido só. Uma verdade específica. Mas há um todo além do vazio da cegueira rancorosa, magoada, frustada e infeliz..... Too much para uma frase só. Para um louco e renascido personagem.
Como uma tela de tv. Desligada. Refletindo tudo que se pode fazer no além quatro paredes. E eu falo de orgasmos espirituais, eu falo de todas as possibilidades que o sonho oferece e de todas as chances de buscar....o que quer que seja.....
Um personagem que assiste a este espetáculo. Todos os dias. Em cada "bom dia", realmente amistoso, da vendedora de rua.
Personagem que quer ser prisma e voltar a exalar possibilidades por todas as direções. Personagem que quer arrancar de si o discurso monossêmico e dominador, sombra de passado arrastado em países, relações e memória.
Personagem que sabe que a sombra nem sempre é ruim, mas que é cópia inversa, mentirosa, em seu reflexo que aparece de forma intermitente, enganando os meandros da luz....Because the word is shade, not shadow......
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