19.10.11

Outubro rosa...



O Palácio do Planalto ganhou esse mês iluminação cor-de-rosa em apoio à campanha de prevenção ao câncer de mama. Linda iniciativa que iluminou alguns dos principais prédios em BSB nesse outubro rosa. A foto é de Ichiro Guerra, da PR.

18.10.11

Eco...



Imaginação profana
Sem início nem louvor
Corpo maior que o amor
Rosto novo sadomasô
De carona insana
História livre de mim mesma
Na eterna surpresa fronteira
Na vivência derradeira
Entre real e passageira

13.10.11

Rima de sonho...

Por que o sono não vem?
Ideias querem explodir no papel...
Babel, babel, babel.

Por que me tens?
Velhas sensações querem surgir nesse véu...
Babel, babel, babel.

Por que me tocas?
Nesse azul inalcançável...
Como o céu, o céu, o céu.

Por que me prendes?
Mechas douradas desse prazer.
São como mel, mel, mel.

3.10.11

Não mais secreto...segredo...segregado...


Risquei assim, bem devagar, em cada veia de meu corpo-coração. Foram os versos, cheios de rimas. Foram as dores em prantos internos de desilusão. São só riscos, são só resquícios, nesse carvão de emoção. De trás para frente, todos os lados, como se fosse apagar o passado. E é inexistente essa realidade. Essa demência que já foi saudade. Do desconhecido, sem limites de idade. Não sobrou palavra, nas "(in)verdades" do seu silêncio. Não sobrou coragem no martírio dessa passagem. É como fel na rima do fim, do sabor, da cor; ao léu!!!

27.9.11

É um horror...


É um horror
Passos de rinocerante
Delicadeza de um elefante
Sutileza de um camelo
Empurra as janelas
Em incêndio imaginário
Sapateia indecisões
Entre derrubar panela na cozinha
E fazer do banheiro um chafariz
Não ouço risadas etílicas
Não durmo, porque não é som frenético
De prazer voyeur
É só inconveniência: barulho!!!
Meu vizinho é um horror...

16.9.11

Imprimindo sensações...


Miro aqui este prazer. Arte de alguém em uma parede qualquer. E em um museu, apreendeu a memória, o detalhe da esbórnia. A mistura de brisa e respiração. Bailam santos em orgias; é a magia do prazer, da sedução. É a música dessa dança de sentir. É o novo olhar. No novo quadro da memória. Da arte. Da contemplação. Em cada detalhe, um pecado, ou salvação. Ângulos de sonho, culpa ou desilusão. É o aqui, a memória ou o sonho de primavera. Em evolução!!!

13.9.11

Bumerangue...


Sempre querendo voltar
Sensação bumerangue
De lugar nenhum
À imaginária casa

Lembranças são como sonho
Desse lugar diferente
Não mais existente
Apenas refúgio de criança

O personagem foi
Voltou sem "maquiagem"
Rascunho de vivida "clonagem"

E não parou nesse elo
Seguiu corrente de devaneio
E partiu para novo caminho

Sempre querendo chegar
De lugar nenhum ao velho mochilar
Partiu com muitos destinos
Quiçá seu velho e eterno mar

A chegada foi partida...
Como mola descontrolada
E o lugar sonho, a casa coração
Na eterna utopia de mirada

O personagem foi
Mas voltou por outra estrada
E o destino, paz na nova morada...

E não quer parar
Esse clone de outra cor
No eterno encanto de voar...

9.9.11

Ah, perdoem este personagem...

Palavras não são suficientes. Não dizem o que eu quero, o que eu sinto, mesmo que eu me esforce. A compreensão sai torta, virada contra mim, nesse poço de sentimentos.

Palavras enganam. Saem torpes, mesmo - ou talvez por causa da - (na) metáfora do mundo interior... Como vômito de oportunidade, mas que é a mais singela expressão do agora, do sentir. E de nunca ser...

Palavras não exprimem. A vontade de acertar. A vontade de amar. A vontade de pegar no colo. De não deixar para lá. De preencher os espaços vazios. De ser assim total para você. Para você. Nesse meu eco de indecisão...

Palavras explodem. Em mil interpretações. Em mil experiências diferentes. Em mil veias de paixão, de ontem, de hoje, com ou sem futuro.

Palavras não mentem. Mas omitem. Enganam. E o que é pior, mesmo quando querem a verdade, a transparência, a loucura, iminente, ou em sua censura...

Palavras são insuficientes. São paliativas de paixão. Impressão. Sensação. Um signo de inverdades, de tentativas fúteis de unificar o sentido do discurso.

Palavras.
Simplesmente palavras.
Demais para ser simples.
Para dizer o sentir.
Ou sentir, corretamente, o dito.
Palavras, o outro personagem, não vai entender, responder, sentir. Recíproco...
Não como as minhas...palavras.

You are Truly Majestic:

18.8.11

Vai enlouquecer de vez....


Tem dias mais confusos que outros
Suspiros de corredor escapam em angústia
A certeza da loucura iminente
No balanço desesperado desse coração

Tem dias mais misturados que outros
Desses, de sentimentos em pontos diferentes
Na insanidade de amor e paixão
De sexo, carinho; ausência e desilusão

Quantas pessoas o personagem acaba sendo?
O que goza, vibra e aceita entrega
Aquele que quer fazer vibrar, amar; espelho...

A frase ecoa: sou bom quando sei o que quero.
Se não sei, não tenho, não vou, amarro em cuidados
Nos dias confusos, loucos, misturados, entre amar e ser amado

[E que o perdão venha, de todos envolvidos na confusão desse personagem...]

27.7.11

Oração da insônia



Deus, eu agradeço pelo louco que eu trouxe para casa não ser um psicopata; ao contrário, um amante fervoroso, de todos os dias, que me faz massagem e dorme de conchinha (sem pedir!).

Agradeço a carona no dia, perdida, de caminhos, ilusões, sem telefone ou dinheiro...

Agradeço aos amigos, pelas risadas, as músicas e piadas, que desafiam a secura desse deserto de sentimentos...

Agradeço a força para enfrentar os próprios erros e manter o compromisso com o trabalho; sempre lado direito de minha alma.

Agradeço os telefonemas familiares. O sol todos os dias, lindo, no caminho do despertar.

Agradeço, tão feliz que sou, o café salvador que o Thiago me traz todas as segundas, madrugadas com sono...

Agradeço por meus ex, amores sempre atuais, por me lembrarem que eu corro, eu mergulho, eu suspiro, eu vivo, eu mudo, mas eu amo...

Paixão não precisa de tempo, de provas; é exatamente o non-sense, o que sacode, o que move, o que muda. Para persistir...mergulhar e nadar nesse rio turvo e magnânimo... Se não, volto à massagem, ao prazer, à surpresa, ao novo, viril e exposto...que não teme viver. E se arriscar. Mesmo confiar...

18.7.11

Caminhos....


Caminho: o meu Santiago...
Eu aqui, você aí
Já foi lá e acolá
Uma distância
Ainda maior que o mundo
Esse espanhol, esse francês
Esse inglês, essa babel
Onde eu tentei
Voar, sonhar, até criar raízes
Foi uma díspar rota
Do elo de amor
Virou exílio em terras austra(l)is
Esse eu não voltou
Meu amor não se foi
Paralelos, esses nossos caminhos...

*Foto em Cuba/2009

5.7.11

Alguém passado...


Um corpo deitado. Com todas as curvas. Todos os desejos. O sono é como o paraíso , onde os sonhos não morrem jamais e cada voz não se levanta para promover a discórdia de uma relação amorosa. A estática de um momento. Singular. Único. O silêncio que não agride. Ao contrário, ilude. Traz, de volta, a ilusão da alegria, da felicidade, um existir junto que parece ter esvaecido no tempo.

Deve ser o que pensa cada ser humano mediante o fracasso de um amor. Mediante o fim de uma paixão louca e sem razão, como todas as paixões parecem ser... Aquela perda de sentidos, aquela turbulência de sentimentos, quase como uma anestesia para os problemas, mas como um elixir para a vida eterna. A ilusão do amor que só se atinge num momento que nunca mais voltar.

Antônio sabia que podia ficar horas ali observando aquela mulher que tanto lhe dera amor, carinho, quase sugando sua alma, tão desacostumada à entrega. Num pensamento bem machista, ponderou que toda mulher devia vir com manual de instruções, para que todas as expectativas pudessem ser atendidas, para que os silêncios não pesassem, para se saber a hora certa de falar, ou rir, qual comentário não fazer e onde a imaginação feminina poderia ir depois de comentários de quatro palavras...

Ele tinha meio que um ritual estranho. Gostava de observar as pessoas dormindo, trabalhando, enquanto fumava quieto. Era como se, por segundos, pudesse captar a essência básica de uma pessoa. Um certo feeling que lhe guiava - muitas vezes erradamente - para caminhos loucos, pensamentos desbravadores, ideias inovadoras, ou mesmo uma compaixão pelo próximo, todas as dores que não sabemos, não sentimos, ou simplesmente vivemos…

27.6.11

Saudade desse mar


Volta e meia, essa saudade
Parece loucura, e é
De prazer, descontrole
De gozo, desmaio hipoglicêmico
Perdidos, sempre estamos
Não sabemos caminhos
Dividimos e distanciamos destinos
Mas nossas vozes ecoam recíprocas
Não é paixão
Não é amor
Não é só sexo
Não é só diferença
É apenas o flagrante da entrega
Doação instantânea que cobra
A fatura do prazer
A feitura do viver
E a nao-promessa sem esquecer...

19.6.11

À irmandade...


Um menino
Sério como eu
Nas horas vagas
Poço de sinceridade

Carrega, em cada palavra
A simplicidade
A bondade
Só aconchego


Um menino
Completa frases
Invade verdades
Sem sobrar

Inspira sorrisos
Arranca gargalhadas
E me faz temente à amizade
No alto teor etílico-sexual

Um menino
Oferece a força-abraço
Fecha os olhos, sofre junto
Este grande homem

Fácil imaginar
Tardes telefonemas
Noites de risadas
E papos sem fim

Da divulgação científica
À crueza humana
Conversamos sem palavras

Lembro noites mal dormidas
Felizes, loucas e vividas
Dessas, de amigos eternos

Um homem
Oferta de pai
Ao filho não nascido

Aquele que dividiu momentos
Choros; mútuo conhecimento
E risadas sem começo nem término

Um bom amigo
Desses para agradecer
E não esquecer

Não vamos chorar
Ainda há muitos versos
Por escrever e viver

15.6.11

0 x 0


Olha para mim
com esse ritmo
de filme, show
de vida, pornô

Eu penso demais
você diz
mas sorrio
encanto mais

Olha para mim, amor
com essa loucura
mistura de cor e sabor

Eu penso demais
você arrisca, entrega
corre atrás

Eu não olho
não posso
fico porque não
reflito

Que não amo
não flutuo
não aprendo
apenas gozo

Olho para ternura
com esse desespero
de querer a loucura

Você sou eu
em outro alguém
deixado para trás

9.6.11

Aquarela hoje


Sete patinhos no lago, um casal atrás (patos também? ), céu brilhando, sol a pino. Desses dias que não se acabam mais de beleza.

Reflexo de luz brilhando na água, tapete de sonhos atirados da alma a esmo.

Lá longe, a ponte de ilusões, entre a infância e o ser adulto; os peixes coloridos, as pipocas misturadas e os pássaros para completar o quadro.

Quadrados, doces, flechas e sorrisos em nuvens amontoadas no contraste com azul de possibilidades no céu.

Tem também o vento desenhando ondas na água e fazendo canções com as árvores bailantes.

Casais de namorados, namoradas, vivendo essas epifanias românticas no paraíso da Natureza.

Um grupo de adolescentes gritando ( redundância talvez?) em poses e fotos de espetacular cenário.

Ah, um piquenique. Com violão e bicicletas. Garrafas; refrigerantes e cervejas. Escadinha de família... Voei até Black Point, passei pelo sítio do vovô e voltei....

Acho que sou esse pássaro, que vai e volta, dá uns rasantes, visita as árvores, busca o céu e volta extasiado... mas ainda não o vi parar....

A Natureza, inerte, esperando, até o sol partir e dar espaço à beleza da noite, das estrelas....

Claro, esse texto não tem fim...

31.5.11

Nos 300 da 700...

Curiosos, esses
espaços vazios
sem móveis
restam memórias

Entre o hoje
e o ontem
a identidade do lar
vai se perdendo

No apartamento
novo olhar de BSB
um recomeço

Na residência
esplêndidas lembranças
um regozijo

E a visita de Gabis
com os mil perdões
amor que não vingou

A chapada do casal amigo
parada do sete de setembro
entre peças e sorrisos

Vestida de bicho-Brasília
com feliz irmã
pseudo-estilista
aguaceiro do novo

Um "estranho", nu
deitado no sofá
com controle remoto
dia de terceiras intenções

O abrigo para visto
a conversa pós-nite
albergue de oportunidades

Nessa cama, nesse sofá
braços e pernas
até demais

E as varandas
do strip-tease voyeur
à gargalhada vizinha
até dormir de conchinha...

Apartamento de terceiras intenções
virou quarteto, soneto
música sexual
até samba, carnaval...

Na janela da alma
sobram fotografias
dias de sol, nublados
felizes ou sonolentos

A lua como testemunha
sempre linda
até nesse eclipse
raro; de renascer

Coisas estranhas
lata de lixo na porta
reclamações do vizinho

Teve de tudo
agora, parede vazias
recheadas de quieto passado




Feliz...

30.5.11

Vício...



Largo o copo
deixo o cigarro
não o vício de você
em cada beijo descarado

São diálogos intermináveis
o que não digo
o que sufoco
em atitudes pouco palpáveis

Largo o juízo
deixo a brisa de sonhos
nesse você, vício

São olhares sem fim
palavra morre tímida
na ilusão disfarçada

Oh, senhor
não tenho forças
não sei convencer
e nem sei o que querer

Oh, estupor
de não saber
a coisa certa
o que fazer

Gastasse eu
metade do martírio
de omitir, em palavras
à alma, talvez, desse alívio

Fadado à poesia
certo, você talvez esteja
pois não se esgota a magia
nem diante de outras rotas

Já quase sou
eu e você
de tantos papos
sonhados e esquecidos

Profana minha memória
nesse não vivido
inconsciente, pulsante
ardente, como verdadeira história

E real, você me olha
sério; eu ignoro você
séria; e me vou...
fingindo correr

Não sei convencer
não sei o que querer
oh, senhor
tampouco esquecer você...

9.5.11

Quebra-cabeça ao contrário no vício de prazer...



Corpo ao meu lado
essa pela branca
esse suor, pelos roçando

É o seu cheiro
tão vivo
dentro, fora de mim

Quando somos um
vejo o brilho dos seus olhos
verdes, esperança de amor

Gosto de enrolar seus pelos
enquanto me fundo ao seu corpo
tomada por cheiros, gostos

Fala baixinho, essa voz
tão doce, envolvente
aí, eu vou, volto

Essa gota de suor
delícia, deslizando por seus braços
no compasso do prazer

É um contorno
de vida, memória
sombra mágica, rotatória

Agora eu o tenho
e o amo tão assim
tão junto, intermitente

Quando ficam lençóis virados
as marcas do seu corpo
tudo é só prazer

Amor, amor, amor
não é escolha
são elos de sentimento

Paixão é essa loucura
de ter, rir, falar, gozar
no contínuo, no "além-agora"

O ultrapassar do prazer
o jogo de memória "colorido"
em um ciclo, sem realidade

Agora, sozinha
seu corpo é o grilhão do ainda
sinto seu cheiro no ar

Mas é como chuva
vem refrescando a alma
é bom, logo passa

Amor, a gente não escolhe
paixão, a gente vive, sofre
no quebra-cabeça ao contrário

Suspiros, suspiros, suspiros
e aí de novo esse corpo
esses olhos, vício de prazer...

3.1.11

O adeus é que é para sempre...


Os minutos de ansiedade passaram rápido enquanto esperava. Alguém que sempre a fez esperar sem nunca deixar de estar ao lado. Ele chegou com aquele sorriso brilhante, aqueles magnéticos olhos verdes, sua "kriptonita", como já tinha sido apelidado. Mais velho, mais charmoso, cabelos grisalhos crescendo a esmo.

Quantos anos de ausência física dessa vez, dois, três anos? "Não, não faz tanto tempo assim, faz?", indagou ele. Frente a frente, não parecia mesmo. Com eles dois, o tempo era sempre congelado.

Copos e mais copos sem segundas intenções. Os outros quase casamentos. Quase certezas que não vingam e os salvam... A intuição que os une, que os prende.

Como a eterna maré, os pés dele a procuram por debaixo da mesa. O toque de pele é íntimo como se nunca estivessem separados. Ele se aproxima, encosta o rosto e a barba por fazer que ela adora.... Ela diz, antes de se inclinar para beijá-lo: "você está querendo me roubar um beijo, não precisa..."

Depois, ela o afasta, felina e fugidia. Volta aos copos, aos papos, a velhas histórias que os rodeiam, repetidas, misturadas, cheias de coincidências, encontros e desencontros. Voltou a ser aquela velha criança feliz e ele a reconhece, satisfeito, como uma antiga alma pueril.

Sorri, divertida, contando as travessuras da vida adulta. Mais perigosas, mais sedutoras, mais loucas. Fala de suas viagens, entre as muitas que jamais fizeram juntos.

Copos e mais copos cheios de olhares e respirações. Permeados de planos e brincadeiras. Ele ainda quer ser o "escravo sexual"; em outro estado, melhor ainda....Eles gargalham, juntos, imaginando as manchetes de suas experiências, as vividas e as que sonham naquele instante.

Logo vão para a estreia deste carro, para aquela velha praia, aquela velha memória renovada, no selo de vínculos indestrutíveis pelo tempo. De novo, dois adolescentes, porque ainda vibram, ainda sentem, ainda voltam no tempo deles, para eles mesmos. Praia, carro, festa; como crianças, mostram as novas cicatrizes...

Depois, casa. Parados à frente do prédio dela, ainda conversam. Ele desliga o carro, as palavras não se esgotam. De repente, horas depois, dizem, quase ao mesmo tempo, em olhares que se encaram: "então tá". Ele se reclina, encosta a cabeça no corpo dela, enquanto a abraça. Assim ficam, calados, vários minutos.

Aí ela se afasta, olha no fundo dos lindos olhos verdes, diz "tchau", abre e fecha a porta do carro. Sai andando para a porta sem olhar para trás... Alguém disse uma vez que o "adeus" é que é para sempre....