Se eu parar para pensar, eu ainda me lembro de minhas primeiras viagens internacionais (cheia de dívidas para tal...), quando eu me apresentava como brasileira: carnaval, Amazônia, Xuxa, futebol, entre outros assuntos da mesma linha, eram os principais motes. Hoje, ouço, com orgulho, meus amigos estrangeiros pedirem dicas sobre o Brasil, porque querem investir aqui. O Brasil foi o último país a entrar na crise financeira internacional e o primeiro a sair; mais importante ainda, sem arrochar a população com diminuição de salários, congelamento de preços e outras tradicionais medidas do antigo país. Do país do futuro que dizíamos ser, será que chegamos ao bom futuro? Eu não me engano, há muito o que fazer.
Mas digo, feliz, que, no País em que eu vivo, nos últimos oito anos, o orçamento do MEC duplicou, permitindo, até mesmo, um Plano Nacional de Educação. Educação que, aliás, é considerada a linha prioritária do Governo para sobrepujar as questões de desigualdade (o que vai muito além de assistencialismo). Os dados da presidência da República indicam a construção de 214 escolas técnicas profissionalizantes (mais do que nos 100 anos anteriores). E, até o final de 2010, 380 institutos de educação profissional em funcionamento no meu País.
Dados corroborados por pesquisa realizada no Centro de Políticas Sociais da FGV, que mostra, de 2004 a 2007, um salto de cerca de 75% no estoque de pessoas que já fizeram cursos de educação profissional em qualquer nível. Além disso, essa pesquisa indica o curso técnico como um ganho salarial de 14%, comparado aos outros que possuem apenas o Ensino Médio.
Criado em 2003, o programa Brasil Alfabetizado já beneficiou mais de onze milhões de jovens e adultos em todo o País, até 2008, em ações desenvolvidas em parceria com os Municípios com maior taxa de analfabetismo, para universalizar a alfabetização de brasileiros com mais de quinze anos.
Mas é óbvio que isso não é suficiente. Então, deixa eu citar os dados de pesquisa do Ipea, segundo a qual, de 2004 a 2009, a proporção de pobres brasileiros caiu de 39,4% para 23,9%, e a proporção de miseráveis foi reduzida à metade, de 17,5% para 8,4%, de acordo com as linhas de pobreza e indigência utilizadas pela pesquisa.
Outro excelente tema para mostrar é a criação de empregos. Nos últimos anos, foram mais de 14 milhões de novos empregos COM CARTEIRA ASSINADA. Isso mesmo, 14 milhões. Sem partidarismos, apenas para registro da (bem-vinda) evolução, no Governo anterior, com dados do MTE, tinham sido 780 mil empregos.
E o pré-sal gente? Que orgulho da Petrobras! E, bem recentemente, com a capitalização da Petro, esta passou a ser a quarta maior empresa do mundo, de acordo com os dados do ranking FT Global 500, do Jornal Financial Times. Sem contar que o Governo aumentou a participação na estatal para mais ou menos 48%, nas estimativas posteriores à oferta de ações da Petrobras.
Tudo bem. Eu acredito que haja muitas pessoas descrentes em dados, em pesquisas, então, eu me pergunto se elas não olham ao redor... Eu adoro viajar. Então, de início de conversa, já posso atestar a facilidade de viajar atualmente com um câmbio favorável à fortalecida moeda brasileira.
E não só viagens, é possível ver brasileiros com maior poder aquisitivo! Nunca se gastou tanto com bens de consumo durável, como televisões e computadores, além da própria queda dos preços. Outro dia, em uma mudança de um amigo, achamos uma revista de uns dez anos atrás com um anúncio de uma televisão dessas, na moda atualmente, de muitas polegadas, pelo preço de uns 50 mil reais, acreditem....
Eu gosto de viajar, gosto de ouvir histórias, gosto de ouvir as pessoas. E tive o prazer de escutar pessoas pelo Brasil que puderam estudar graças ao Pro-Uni, que puderam reformar a casa, até mesmo mandar o filho para um curso de idiomas no exterior nos últimos anos. Pessoas que, antigamente, batalhavam para ter o que comer. Tem matérias sobre isso em vários jornais, personagens reais, divulgadas até mesmo no exterior.
Outra questão de crucial importância, finalmente, é o meio ambiente. Com muito atraso, o mundo está começando a se dar conta de que vive na Natureza e precisa preservá-la; mais do que isso, o mundo precisa respeitá-la, porque a Terra não existe de forma isolada, com as fronteiras que nos impomos, por meio de países...
Com suas belezas naturais, o Brasil tem que dar o exemplo. Por isso, fico extasiada ao ouvir que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, as previsões indicam que o desmatamento na Amazônia, no último período – 2009/2010 –, será o menor desde 1977, superando o resultado recorde de 2008/2009. Sem contar o envolvimento do País com a economia verde, o desenvolvimento sustentável etc.
É pouco. Tudo isso é muito pouco. Porque esse País, cheio de pessoas, conhecidas internacionalmente por sua bondade e excelente humor, tem força de trabalho, massa crítica, em uma Natureza invejável mundialmente. Litorais gigantescos. Sabe Deus que potencial de biodiversidade ainda escondido na Amazônia...
O meu Brasil tem um monte de pesquisadores maravilhosos, que estão sempre fazendo descobertas importantes para a Ciência, Tecnologia e Saúde, graças ao investimento feito na área, à criação de redes de estudo, baseadas no pensamento de trabalho em parceria, conhecimento compartilhado... Um bom exemplo é o trabalho na área de doenças negligenciadas, que, como o próprio nome diz, recebem investimento reduzido na maior parte dos países desenvolvidos ou por parte da indústria porque acometem populações pobres e marginalizadas.
Com a aprovação da Lei de Inovação e incentivos fiscais para as empresas interessadas em aplicar em pesquisa e desenvolvimento, o investimento público e privado aumentou de forma expressiva. Sem contar que esses investimentos não foram polarizados no já renomado eixo de pesquisa sul-sudeste; houve programas específicos regionais para diminuir as desigualdades. Característica, aliás, que não foi privilégio da área tecnológica e científica nos últimos anos.
Meu sonho é que, cada vez mais, a sociedade se manifeste, para que se possa promover o diálogo civil e social e discutir questões cruciais como aborto fora do âmbito eleitoral e dentro de uma perspectiva participativa, com as informações necessárias para qualquer discussão – no caso, a óbvia questão de Saúde pública, aliada a questões ético-religiosas e sociais – e devido apoio governamental.
Eu poderia escrever por horas sobre as coisas já feitas, sobre o muito que já se conquistou. Entretanto, também posso escrever sobre tantas coisas que ainda precisamos incrementar, ou fazer. Por isso, mais do que qualquer questão partidária, o que me preocupa é a continuidade. Acredito na velha máxima de que não se mexe em time que está ganhando...
E, ao dizer isso, digo a preocupação com políticas sociais, de reajuste real elevado do salário mínimo,de ampliação de infraestrutura - está aí o PAC -, de diminuição da dependência internacional, para fortalecer um País, sem dúvida, “abençoado por Deus e bonito por Natureza”, que já teve muitos avanços e merece a oportunidade de seguir esse caminho. Raul dizia que sonho que se sonha junto é realidade e é óbvio que esse sonho de um Brasil cada vez melhor precisa da participação e mobilização do povo, caso contrário, é um sonho vazio em sua essência.