5.7.05

O fabuloso mundo das crianças...

Ele, seis anos, parado, no meio da sala. O padrasto desce as escadas.

- Filhinho, papi quer falar uma coisa. Senta aqui.
- Tá.
- Sempre que você acabar de brincar, você arruma o seu quarto, ok?
- Tá.


Almoço. Todos quietos. O pequeno se manifesta.

- Papi, Renato falou uma coisa no colégio que eu não sei se entendi...
- O que ele falou, filho?
- Ele falou “cu”... O que é isso?
- Hum... Bem.... É o que todos usamos para ir ao banheiro...
- Ah....eu pensei que fosse pescoço....mas pescoço a gente não usa para ir ao banheiro...
- De uma certa maneira, você está certo. “Cou” é pescoço, mas em francês... Você lembra das suas aulas?


A criança não responde e continua comendo, pensando. Todos vão ver tv e ele, quieto. Horas depois, o pequeno se manifesta:

- Papi, vamos brincar?
- Claro, filho.
- Você sou eu e eu sou você, tá?
- Ok. E aí?
- “Então, você já brincou, vai arrumar seu quarto”...


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Noite seguinte, festa na casa da avó paterna. Preparativos. Bolsas. Festa e farnel. Logo está a família toda reunida. Pai, padrasto, filho, mãe, avós, primos, madrinhas e padrinhos, amigos... A vó começa a brincar com o netinho e pergunta:

- Meu fofinho, você gostaria de ter um irmãozinho?
O pequeno grita, eufórico:
- Sim, quero, quero, quero!!!
Silêncio. A curiosidade da avó persiste:
- Mas você acha que vai ganhar um irmãozinho da sua mãe ou do seu pai?
- Ora, vovó... Da mamãe, claro! Meu pai não tem namorada...

Desconcertada, a avó continua:
- E você, cadê a namoradinha?
Ele faz cara de pensativo e permanece calado.
- Vovó já sabe, você vai namorar a filha da Tia Valeria, quando ela crescer, né?
- Ih, Vó... Claro que não! Quando o filho da titia crescer, eu já vou ser adolescente...


Papo sim, papo não. Muita comida. Volta para casa. Padrasto, mãe e filho no carro. No céu, um verdadeiro “espetáculo” da Natureza.

- Olha, Amor, que lua linda. Ela está amarela!
- É, está linda mesmo.

O filho faz cara de desdém e afirma:
- Nos meus tempos, a lua era branca.
- Como assim, filho? Você tem seis anos. Você não sabe o que está falando... – diz a mãe sorrindo.
- Claro que sei. Quando eu era pequeno, a lua era branca. Agora?! Não sei não...




[E que as luas de vocês sejam brancas, amarelas e de todas as cores...]

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