28.10.09

Ao lado de seu amor, o personagem é só uma menina apaixonada...

Não consigo parar de pensar em você. Penso nos seus olhos, procurando e fugindo dos meus. Lembro do toque suave de suas mãos, deslizando pelas minhas costas, segurando, com desejo, com paixão, o meu corpo junto ao seu.

Eu penso nos beijos, sem fim. Nossos corpos adormecidos de entrega, misturados, quase um, largados a sorte de um amor, naquele eterno momento sem reflexões.

Seu corpo, seu dorso, sua imponência, abandonada sob meus olhos, apaixonados, seguindo o seu caminhar, seu desfilar, inerte, desligado, olhos brilhando, sorriso no canto da boca.

Não consigo parar de pensar em você. Seus dedos procurando os meus, no gesto inconsciente, no toque de peles frêmitas. Nas mãos, entrelaçadas, na busca de almas que fogem entre si.

Seus lábios nos meus. No meu corpo. Sua língua. Corpos ardentes. O contorno de um só corpo, em um abraço, na eternidade de um instante.

Ai, meu amor, não consigo parar de pensar em você. Fique assim, junto a mim, para sempre. Não me deixe ir... Quero me perder com você. Quero me perder em você. Mas não quero que nos percamos...

20.10.09

Obrigada

Obrigada por todo amor que tenho.
Obrigada por mais alguns anos de vida.
Obrigada pelas pessoas especiais que me rodeiam e pelos presentes que nascem, multiplicando amor...

Obrigada por me trazer à realidade de que tudo é fugaz. Só o amor fica.

Obrigada, obrigada, obrigada.

Amor aos que não vejo, não ouço e não entendo. Principalmente.

Amor aos que quero, preciso ver, sem entender isso.

Amor aos que vejo, não entendo, mas quero entender.

Amor, amor, amor. Só pode gerar amor.

E obrigada. Que cada segundo de insônia - e sobriedade - seja um pensamento de paz, carinho; sobretudo, paciência.

5.10.09

Disse que valeria a pena...

Ao subir as escadas, coração em disparada. Sorriso desconcertado no rosto. A porta abre, o cachorro late, a criança corre. Ainda mais tímida, Cris nem entrega o presente. O moleque, malandro, bonito, descabelado, cinco anos de travessuras, recebe, de presente, o copinho com desenho e o pacotinho de nozes, castanhas e amendoins adocicados. Olha para a mãe e diz: “ela pensa que eu sou criança”...

Cris tem vontade de rir, mas não sabe se deve; ah, essas teorias de educação infantis... Apaixona pelo projeto de gente do seu Amor e sua espontaneidade. Seu Amor ri também, desconcertado: “desculpe, ele é tão espontâneo, que me deixa sem graça”.

Logo se vê, sozinha, quase enterrada no sofá da sala, procurando algum estratégico “buraco de avestruz”. O moleque lindo e seus pontos de cirurgia correndo, nem aí, pela casa. Ex-mulher, sogra, cunhado, cachorro... faltava o papagaio e tudo mais... E Cris procurava, quase em desespero, pelo seu Amor. Quem diria, ela, logo ela, estaria ali, sem reclamar, no meio de um núcleo familiar, até gostando de conhecer esse pedaço da vida de seu Amor.

Perguntas, perguntas, perguntas. Cris falando com “desconhecidos” que não eram desconhecidos. Eram amores de seu Amor. Ai, ai, ai, my God, a coisa certa... Onde trabalha, você é jornalista, “o que tem de bom na profissão”...ai, ai, ai... A vontade de rir era quase patética.

A ex-mulher do seu Amor senta para conversar. Pacote de nozes, amendoins e castanhas na mão, comendo. “Quer?”. "Ai,que vontade de rir"... O projeto de cachorro pula no colo de Cris, depois de decidir parar de latir para ela. “Ai, fica aqui”, pensa ela, apertando o cachorro e lembrando da brincadeira com os amigos de trabalho: “senta aqui, não tenha tanta pressa, senta aqui”...

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Ela e seu Amor depois.... Ele ri, pergunta; ela, ainda, em estado de “apavoramento”. Ri e ri. Ri mais ainda. Eles lembram as cenas e riem, cúmplices. Ela se joga no colo dele, sente os dedos longos, a mão forte, percorrendo seu rosto e mexendo nos seus cabelos e pensa: “Deus não disse que amar era fácil, disse que valeria a pena”...