Curiosos, esses
espaços vazios
sem móveis
restam memórias
Entre o hoje
e o ontem
a identidade do lar
vai se perdendo
No apartamento
novo olhar de BSB
um recomeço
Na residência
esplêndidas lembranças
um regozijo
E a visita de Gabis
com os mil perdões
amor que não vingou
A chapada do casal amigo
parada do sete de setembro
entre peças e sorrisos
Vestida de bicho-Brasília
com feliz irmã
pseudo-estilista
aguaceiro do novo
Um "estranho", nu
deitado no sofá
com controle remoto
dia de terceiras intenções
O abrigo para visto
a conversa pós-nite
albergue de oportunidades
Nessa cama, nesse sofá
braços e pernas
até demais
E as varandas
do strip-tease voyeur
à gargalhada vizinha
até dormir de conchinha...
Apartamento de terceiras intenções
virou quarteto, soneto
música sexual
até samba, carnaval...
Na janela da alma
sobram fotografias
dias de sol, nublados
felizes ou sonolentos
A lua como testemunha
sempre linda
até nesse eclipse
raro; de renascer
Coisas estranhas
lata de lixo na porta
reclamações do vizinho
Teve de tudo
agora, parede vazias
recheadas de quieto passado
Feliz...
31.5.11
30.5.11
Vício...
Largo o copo
deixo o cigarro
não o vício de você
em cada beijo descarado
São diálogos intermináveis
o que não digo
o que sufoco
em atitudes pouco palpáveis
Largo o juízo
deixo a brisa de sonhos
nesse você, vício
São olhares sem fim
palavra morre tímida
na ilusão disfarçada
Oh, senhor
não tenho forças
não sei convencer
e nem sei o que querer
Oh, estupor
de não saber
a coisa certa
o que fazer
Gastasse eu
metade do martírio
de omitir, em palavras
à alma, talvez, desse alívio
Fadado à poesia
certo, você talvez esteja
pois não se esgota a magia
nem diante de outras rotas
Já quase sou
eu e você
de tantos papos
sonhados e esquecidos
Profana minha memória
nesse não vivido
inconsciente, pulsante
ardente, como verdadeira história
E real, você me olha
sério; eu ignoro você
séria; e me vou...
fingindo correr
Não sei convencer
não sei o que querer
oh, senhor
tampouco esquecer você...
9.5.11
Quebra-cabeça ao contrário no vício de prazer...
Corpo ao meu lado
essa pela branca
esse suor, pelos roçando
É o seu cheiro
tão vivo
dentro, fora de mim
Quando somos um
vejo o brilho dos seus olhos
verdes, esperança de amor
Gosto de enrolar seus pelos
enquanto me fundo ao seu corpo
tomada por cheiros, gostos
Fala baixinho, essa voz
tão doce, envolvente
aí, eu vou, volto
Essa gota de suor
delícia, deslizando por seus braços
no compasso do prazer
É um contorno
de vida, memória
sombra mágica, rotatória
Agora eu o tenho
e o amo tão assim
tão junto, intermitente
Quando ficam lençóis virados
as marcas do seu corpo
tudo é só prazer
Amor, amor, amor
não é escolha
são elos de sentimento
Paixão é essa loucura
de ter, rir, falar, gozar
no contínuo, no "além-agora"
O ultrapassar do prazer
o jogo de memória "colorido"
em um ciclo, sem realidade
Agora, sozinha
seu corpo é o grilhão do ainda
sinto seu cheiro no ar
Mas é como chuva
vem refrescando a alma
é bom, logo passa
Amor, a gente não escolhe
paixão, a gente vive, sofre
no quebra-cabeça ao contrário
Suspiros, suspiros, suspiros
e aí de novo esse corpo
esses olhos, vício de prazer...
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