3.1.12

Ressaca de 2011

Carta a você que não existe
E me deixou assim tão triste
Por sua incapacidade de amar

A um desconhecido, chance de conversar
Pouco mais que palavras no olhar
Sem silêncios, tremores e dissabores

Você, você, não iria brigar
Sabe a dor que carrega o ignorar
Tão difícil esse timing de lidar
É que, no outro, reconhecemos o amar

Carta a você, mundo de ilusões
Carrossel de risadas que não vejo
Se ama, respeita o sentimento alheio
Seja o que houver dentro do peito



Quem ama assim fingido
Não sabe a hora da entrega
E carrega angústia dissumulada...

Quem não ama, não sente
Não respeita a dor recíproca
De respirar as mesmas palavras


Carta a você que não existe
E me deixou assim sem memória
História, prazer e gozo não peculiar
No redemoinho onírico em riste

Nos meus sonhos, a sua força
De timidez, melancolia;
Extraordinária, singular e mágica
Mas você não quis existir para mim...


"Se eu ainda soubesse como mudar o mundo, se eu ainda pudesse saber um pouco de tudo, eu voltaria atrás do tempo... eu não te deixaria presa no passado e arrumaria um jeito pra você estar ao meu lado..."
Nosso Mundo, do Barão Vermelho

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