Personagem angustiado. Espera, espera, espera.
Para quê? Pelo quê? Não há nada falado.
É tudo o mesmo, igual, não há instante.
Surpresa porvir. O telefone toca.
É um outro convite. Ele nem pensou. Nem quer.
É a surpresa impossível que arde. Tem trabalho para fazer.
Tem trabalho para entregar. Que o personagem quer receber.
O tempo arrasta e a tela não muda. Cabeça parece máquina antiga.
Mesma tecla, repetida. Repetida. Repetida.
O telefone toca de novo. Sábado passado, à noite, à espreita. Nem quer.
O trabalho para entregar. Não termina. E a tela não muda.
Personagem angustiado. Espera, espera, espera.
Amigos, amigos, amigos, convites, luzes, outros personagens.
É hora de dançar. Veste alma. Veste vermelho. Express yourself.
Sapato alto. Todos os apetrechos. Os eus de viagens. Todos a reboque.
Uma, duas, três. Todas as memórias outra vez. O rosto que lembra.
Outra história. Outro samba. Outros fonemas. O rosto que cerca.
Outros amigos, outras festas, outros perigos. O rosto igual. Gêmeo memória.
Mesmo nome. Metade revival, metade "incesto". Outro convite. Outra noite.
Diversos outros corpos. Copos. E outra fase. E outro papo. E a memória....
Personagem angustiado. Para quê? Pelo quê? Não há nada falado.
Fecha os olhos e apenas lembra. Vermelho. Luz. Varandas e pensamentos.
Libertinagem. Beijos liberdade. Beijos sem amanhã. Mais uma música para cantar.
"Porque o mundo vai acabar e ela só quer dançar.... o mundo vai acabar...
Ela só quer dançar, dançar, dançar".....
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